6.8.13

O tempo é refém de minhas memórias. E quando me vejo, estou prendendo-o no escuro cativeiro das más lembranças, das coisas que não foram. O tempo é meu refém, e me olha com um pavor que enche minha boca e meus olhos d'água. De joelhos ele implora uma fiança por seu resgate. Eu lhe aponto a pistola, penso duas, três vezes. Não atiro, mas em meu ouvido ecoa o estampido das minhas escolhas. Aos meus pés, o tempo chora minhas lembranças pra que eu não fique só.
Sou refém do meu refém.

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