Descobri qual é o problema. Eu me odeio em você e em todas as vezes que me entreguei como quem pede dois dedos a mais de misericórdia. Eu me odeio em todas as horas que pensei incansavelmente em como seríamos felizes se fôssemos só felizes. E nessas tantas horas, esmigalhei os minutos desejando ter um "oi" que brilhasse na tela do seu celular, uma sentença de morte para a minha agonia. Há muita raiva aqui torcendo pra que você volte e me encontre no mesmo lugar, sentada nas mesmas horas, nutrindo as velhas coisas.
Eu te odeio muito mais em mim. Nas coisas que a gente não conversou, nas brigas que você evitou, nas mágoas que eu congelei. Sou teu pólo de maus desejos e meu depósito de expectativas. E somos, acima de tudo, ódio. Odiamo-nos um no outro sem a dor do esquecimento. Eu te odeio em você, e você... me odeia em mim.
Um ódio expressado por outros sentimentos. Um ódio do ódio.
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