4.2.13

A culpa é toda nossa.

A gente tá cheio de falta de vergonha na nossa cara. Eu, que fico fingindo o que a gente nunca vai ser, e você, meio me ignorando, meio se aproveitando. É, a gente também tá cheio um do outro. Juramos e prometemos tantas coisas que ficaram perdidas nos tropeços das nossas próprias palavras. A gente nem prestou atenção no que estava fazendo. A gente encheu nosso ego, nossos textos, nossas vidas, mas ficou esse vazio entre eu e você. Um vazio que cabe quase uma história inteira. "Quase" porque a gente nunca permitiu um fim nisso tudo. "Quase" porque chegamos quase lá. "Quase" porque eu me deixei de lado.
Olha, essa falta de vergonha é também saudade de gostar da pessoa que eu era com você. Sabe, de não guardar as coisas, de rir do que você dizia mesmo quando não tinha nada pra dizer. Essa falta é que nem toda falta: a gente não entende porque foi embora, e depois outros "emboras" viram uma coisa enjoada na gente.
Fica tranquilo. Essa culpa a gente carrega bem mais leve do que as outras.

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