16.4.11

Respeitável público!

O erro está no mesmo momento em que você se força a acreditar em uma coisa que não existe. E isso faz de você tão inutilmente débil e inocente que de repente não se vê mais chão e nem lágrima, só dentes, todos eles se curvando na sua pior representação de felicidade. Do chão e da lágrima sobrou a lama e o mar. O lamear. O amarelar.
E é de impressionar a sua coragem compulsiva. O seu momento depreciativo e sua voz que você insiste em fazer ouvida, e que na verdade é tão ignorada quanto seus atos de desespero doentio. De repente é a dor se segurando onde não há mais nenhum apoio, e um som de risadas que faz seu estômago embrulhar, retorcer, protestar. E você se fez acreditar que poderia.
Está aí o erro. O medo de errar demais. O erro de não se deixar errar. E rir da própria cara, ser sua própria atração circense. Erguer a lona sobre si mesma e apreciar as risadas no lugar das ovações. Cobrir seu rosto de pó de arroz e batom vermelho. Depreciar a própria imagem só para se aceitar. Não se fazem mais palhaços como os de antigamente.

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