29.4.13

Procura-se novas amizades (ou velhos silêncios).

Hoje de manhã tomei um chá forte de conformismo. Eu sei, nunca gostei de chá, mas a gente não pode recusar sem experimentar (é o que minha mãe sempre diz). Teve o mesmo gosto horrível de todos os chás que eu já tomei, mas assim como todos os outros, cumpriu sua função de remédio caseiro e ainda serviu pra espantar um pouco do frio que não me deixava calçar minha belíssima sandália-xodó sem congelar meus dedos.
Esses remédios da vida a gente toma sempre de nariz tampado. E de nariz tampado fiquei até o gosto sumir da garganta (já passava das cinco quando isso aconteceu). Foi um susto e tanto, mas um nariz aberto depois e as coisas já pareciam melhores. Dispensei o carro e as chatices naquele dia, e confesso que não me fez falta, mas reclamei duas ou três vezes como era de costume pra mim e para os outros. E minhas reclamações sempre vinham pontuadas de um ou outro entediado "você tem razão". Eu devia ter mesmo.
Dado o fim do dia eu voltei pro meu calabouço. Era assim que eu gostava de chamar o meu meio-quarto-meio-sala-e-um-projeto-de-cozinha, pra dar um drama medieval no meio daquela arquitetura esquisita. O dia tinha sido bom. Mais uma caneca do mesmo chá e o travesseiro não me parecia mais tão ameaçador.

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