1.12.12

Quem tem medo de foguete?

Acho que a vida judiou um pouco das minhas memórias. Ontem fui me dar conta que hoje começou o último mês do ano, e que isso era motivo de pânico pra Maria Elisa de oito ou nove anos atrás. Eu fazia de tudo pra que os dias passassem devagarinho e o fim do mês não chegasse só pra não ter que sobreviver a mais uma noite de Reveillón. E assim eu vivi a minha infância inteira: fugindo dos fogos de artifício que pipocavam pelo céu e pareciam tiros no meu peito.
Quando lembrei que dezembro estava chegando, já era tarde pra começar a sofrer. Já era tarde pra pensar que o ano passou alucinado, como se quisesse vencer alguma corrida, ou simplesmente jogar na minha cara que eu vivi somente pela ausência dos dias. Talvez os anos venham a calhar quando precisamos substituir nossos medos por outros menos engraçados. Fui eu que judiei com as memórias da minha vida.

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