Foi a hora. E antes que eu soubesse dar explicações, se foi. De frente para o branco, minhas mãos se negavam a me obedecer. Negavam as palavras que nos dedos surgiam. A garganta doída me sacrificou os sentidos, e o que mais fosse aparecer a partir de então. E a reza, o Deus, eram as únicas testemunhas das feridas inócuas. As feridas da pele de dentro. Nenhum cicatrizante.
A salmoura me banhou cada corte, e por muitas horas ainda ardeu. Horas essas que me sequestravam noite adentro, e pediam meu sono como recompensa. Cruéis gatunas, as horas. Vencida eu já estava. Procurei nas pronúncias uma que coubesse o sofrimento, uma que entendesse minhas desculpas, uma que me abraçasse como antes. Não houve.
A salmoura continua a me perturbar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
say what you will say