Quando o cé chorou, nenhum lenço se ofereceu para enxugar suas lágrimas, não houve ombro capaz de consolá-lo, e sua cabeça não coube em nenhum travesseiro que o ninasse e o carregasse para um dia melhor.
Quando li minhas palavras, percebi que elas se esculpiam e derivavam de soníferos cruéis que calavam minhas angústias como quem cala o silêncio. De fato, as palavras são mesmo esses comprimidos que entalam na garganta: nem pra cima, nem pra baixo.
Quando as lágrimas do céu vieram conhecer o que eu esculpia com meu lápis, mal tocaram a lisa superfície e as palavras já se dissolviam em manchas sonolentas, feito olhos maquiados debaixo daquela chuva que cai dos olhos descuidados.
Quando o céu chora sua melancolia em toda suavidade de suas nuvens, as palavras nunca tendem a se plastificar, pois não há do que se proteger. Elas simplismente escorrem pelo ralo, enquanto os olhos estancam seus raios e secam a enxurrada.
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