10.3.11

Meus limites, coitados, sempre foram tão absurdamente desrespeitados que ultimamente fico pensando se os maltratei demais a ponto deles não quererem mais saber de mim. E a cada dia que passa, só confirmo mais essa teoria sem pé nem cabeça. E minha mãe, meu pai, e todo o mundo, vivem me falando "você é nova demais pra pensar nessas coisas", "você ainda não viu nem um terço do que está pra vir". Você, Maria Elisa, ainda é muito nova pra ser nova demais pra essas coisas de se limitar.
Por essas e outras que eles devem ter pedido as contas de mim. Porque talvez tenha chegado a hora de me ilimitar. De traçar minhas letras sem nenhuma pauta embaixo, até que elas se acertem e criem aquela pseudo-linha que os olhos acompanham sem esforço. Parece que o ilimite bateu à porta pra buscar seu irmão mais velho e ficar por aqui. Alguém com a cabeça ilimitada demais deve estar precisando dele muito mais do que eu.
Mas se bem que eu não esqueci que todo mundo anda falando por aí que eu sou nova demais pra me limitar, mas não sou tão insensata que não saiba fazer as coisas sem me comedir. Não sei ao certo então como as coisas tomaram esse rumo de repente. Eu que vivia achando que dava asas demais aos meus sentimentos, percebi que na verdade eles se queixavam de não poderem sequer abri-las. Achava que me dava a liberdade de me conhecer e apresentar essa conhecida pra todo mundo que eu conheço, mas na verdade eu só apresentei uma colega de trabalho que chegou por esses dias, e o gabinete dela nem fica perto da minha sala.
Então, não sei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

say what you will say