19.7.10

Sobre Dostoiévski,pseudo-cults,algodão doce,casquinha de siri,férias e relacionamentos mal resolvidos.

Pronto,se é diário virtual então,que seja. Essas férias, que na verdade nem começaram direito, já andam me fazendo muito bem. Nunca gostei de ficar longe das pessoas, elas que não gostam muito de ficar perto de mim. Pois bem, tirei férias disso também. Vai dizer que não é bom sair de perto só um pouquinho, um nadinha que seja, mais ou menos aquilo que você representa pra eles?
Tirei férias também da minha mania chata com as palavras. Consegui parar de tentar ser Clarice (ah!), porque Clarice só teve uma, e a força das palavras dela morreu com ela. Só ela sabia ser sentimento, só ela sabia da intensidade que ela era. Eu mal aspiro à escritora. Já pedi uma vez que perdoassem essa minha alma barata, porque eu sei que ah,não há nenhum leitor por aí. Peço desculpas pra mim nesse caso, então.
Eu ia era falar de Dostoiévski, dos pseudo-cults e de uma vontade maluca que vêm me dando de comer coisas que eu nunca gostei. E ia falar também de relacionamentos mal resolvidos, mas acabei de lembrar que de mal resolvida eu não tenho nada. Sou boba mesmo. Dizem que falar de relacionamento dá um pouquinho de ibope. Vai ver foi por isso.
Não comi nem algodão doce nem casquinha de siri. E amanhã vou acordar com outra vontade doida de coisas que não tem aqui em casa. Já pararam pra pensar que maluquice é essa de vontade? E eu estou esperando aquela dor dilacerante do tédio que Schopenhauer tanto dizia existir... Nada. Será que eu sou normal? Ou será que essa semana começou tão bem que só assim pra me dar vontade de comer coisas boas? Não sei. Estou dando um valor a esses dias que vocês nem imaginam! É tão grande que parece que eles têm 25 ou 1000 horas. Acho que mil mesmo.
Esqueci do Dostoiévski. Pra terminar, vou só citar Crime e Castigo, porque aí já fala por si só.
"Oh, sim, quando é preciso, afogamos até o nosso senso moral, a liberdade, a tranquilidade, até a consciência, tudo, tudo, vendemos tudo por qualquer preço! [...] Mas ainda pensamos com a nossa casuística particular, fazemos como os jesuítas, e por um momento nos tranquilizamos... convencemos a nós mesmos de que tem que ser assim, irrevogavelmente, pois é para um fim nobre. Somos assim mesmo, e a coisa é clara como o dia."
(Crime e Castigo, pág. 54)

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