24.9.09

Afligia-se e irritava-se com essas perguntas, sentindo também um certo prazer. Aliás, tais perguntas não eram de maneira nenhuma novas, nem repentinas, já eram velhas, dolorosas, antigas. Há algum tempo que já vinham ferindo e corroendo o seu coração. Há muito tempo que já se enraizara e crescera nele toda a tristeza que sentia agora; nos últimos tempos ela se acumulara e se reconcentrara, assumindo a forma de uma horrível, bárbara e fantástica interrogação que torturava o seu coração e a sua alma, reclamando uma resposta urgente.
(Dostoiévski, Fiódor. Crime e Castigo, p.p 57 §2º, Editora L&PM Pocket).

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