Lê-se em mim a dor de não tê-lo e mesmo assim não poder ignorá-lo. Lê-se em meus apelos a cor de meus medos e de nenhum anseio, que outrora consumia meus "ais". Lê-se em mim as metáforas que jamais serei e os eufemismos que desencontrei. Em mim, as onomatopeias escancaradas; em ti, o pesar de minhas palavras mal escolhidas. Sou o dicionário da tua existência, e você, a gramática de meus erros.
Somos cores de mesmo tom, arte de mesmo tempo, números de poucos décimos. Você é chuva e eu sou rio, e assim vamos precisando um do outro em tempos críticos. Em mim, tua água corre; em ti, minha água derrama.
Lê-se em mim a dor de tê-lo nas horas que não quero. Lê-se em meus apelos os meus anseios descoloridos por meus medos, que agora me consomem por tais. Em mim, as epopeias ocultas; em ti, a leveza das palavras que eu nunca disse.
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