5.8.12

O amor é mesmo inoportuno. É como um velho vizinho que abre a porta da sua casa na hora do jantar, e nem sequer pergunta onde estão os pratos e os talheres. Vai logo puxando uma cadeira, conversando sobre o ontem e o anteontem, perguntando sobre o trabalho, os filhos, a vida. Então, sem cerimônias, repete o prato duas ou três vezes, elogiando a comida, o tempero, a luminária nova que você colocou na mesa-de-centro e que ninguém mais havia reparado. Depois ele se vai, e você, na hora de dormir, fica sentindo um vazio chato e uma vontade inconsolável de pensar no "Esse arroz está uma delícia. Foi você que fez?". No dia seguinte você pensa até em mudar alguma coisa de lugar, e quem sabe aprender uma nova receita só para agradar um velho amigo. É... o amor é mesmo inoportuno.

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