14.8.12
Não consegui julgar a saudade. Saí do tribunal arrasada. Tantas sentenças, tantas acusações, mas nenhuma coragem. O som do martelo não ecoou pela sala vazia. Dei uma última olhada nas provas, ouvi as opiniões do júri, mas o julgamento precisava ser adiado. Adiei por alguns meses e talvez adiasse novamente. Minha consciência não doía. Era um réu ardiloso, sagaz. Chegou ao tribunal sem advogado, com as mãos algemadas, me olhando com aqueles olhos que transpareciam tudo, menos piedade. E eu me acovardei. Mais uma vez, a saudade foi levada para a sua cela, e ainda pude ouvir a porta enferrujada se trancando dentro de mim.
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