23.8.12


Fiquei pensando por muito tempo no que poderia ser tudo aquilo, ou se era tudo mesmo. Era cedo ainda, e eu comemorava porque da minha janela ele não podia ver minha cara boba e aquele meu sorriso de quem ainda insiste em acreditar nos outros. Nunca fui boa pra esconder as coisas, ainda mais essas coisas inescondíveis... Torci pra que minhas desculpas funcionassem e que no dia seguinte estivesse tudo na mesma paz recente. Dei uma última olhada e fechei as cortinas, porque o dia estava escurecendo, mesmo sem vontade. Na mão, o desespero por alguma notícia, ou pela simples mania de mantê-las ocupadas. Um clique, nada. Outro clique, nada. Mais um clique e o zumbido costumeiro. Há quanto tempo eu não ficava assim. 

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