3.4.12

Na verdade o amor não é um café instantâneo ou uma idéia desperdiçada. São tantas coisas, noites em claro, medos e incertezas, que devíamos confiar mais nos clichês vazios. Devíamos acreditar mais nos meses e nas mudanças, e naquelas tais "verdades não-ditas", nos timbres e nos olhares, e em todos os "não te quero nunca longe de mim".
O amor é essa maldita insegurança, essa insensibilidade dos nossos neurônios, essa coisa que rouba da gente a capacidade de saber o que dizer. É o que vem de fora pra dentro e vice-versa. Inevitavelmente esquisito. Uma bebida forte, que embriaga sem queimar a garganta, sem pesar os olhos, sem enrolar a língua, que se bebe direto da garrafa, e pronto, lá está.
E de repente, me vi pensando nisso no fim de uma terça-feira chuvosa, com um café instantâneo na mesa, umas idéias desperdiçadas e um texto pronto. Toda a coragem e toda a certeza, e nenhuma confiança nos velhos clichês. Só a vontade de me embriagar de novo.

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