Dos textos que me incomodam, os apaixonados são os piores. Que descrevem emoção por emoção, sofregamente. E falam por si só numa avalanche de segredos incontáveis, de melancolias guardadas, de suspiros infinitos. Uma baboseira sem fim! Enfiam músicas em todo canto e dizem ser de tantos fulanos, e depois amaldiçoam todos os compositores universais: grandes babacas melosos. E me cansa só de pensar em escolher músicas e pessoas. Me cansam as pessoas e as músicas. As pessoas musicadas, as músicas pessoais, tudo isso me cansa um tanto...
E hoje de manhã, acordei sem apetite, sem paciência, só de pijama e de cara amassada. E torci o estômago até me recusar a aceitar que ia chegar em casa e encher minhas linhas dessas coisas. Sabia que ia ser uma baboseira infinita, mas já estou em débito comigo há muito tempo. E tudo bem, não é, quem nunca ficou se devendo? Essa não é a minha primeira vez. Aliás, nem lembro quando foi. Não são só os cartões que estouram em dívidas eternas nas mãos das mulheres.
Por dívidas e amores, eu acabo me entendendo, me pagando, me apaixonando. Espera, me apaixonando?
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