Não se ouviu mais nada, por surdez repentina. Estavam abrindo caminho para a procissão,apinhada de gente usando verde. As bocas abriam e fechavam,mas o assunto fugia feito ar, feito sabão... Os olhos vermelhos coloriam a imagem, dando um aspecto ironicamente natalino. A tragédia era comercial, cruelmente comercial. Os pés não se arrastavam, iam em marcha uníssona, e os homens da frente carregavam um fardo maior do que todos os outros. Às 18h, soaram os sinos velhos. O dia estava muito ensolarado, ainda ia demorar a escurecer... Era verão, afinal de contas. Não houve choro, não houve vela. A terra acomodou gentilmente o verde-escuro da esperança. Enfim, ela não era a última a morrer.
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