Respirei fundo. Não doía mais. Eu não sentia mais nada. Cicatrizado estava, remediado eternamente contra a fadiga emocional. Minhas mãos já não se apertavam como antes. Meus olhos pararam de arder de raiva. Meu estômago nunca mais teve aquela sensação esquisita de nômades dentro dele,andando de lá pra cá sem parar.
De repente,eu encarava a rua sem lembrar de mais nada.A maldita rua era só um bocado de asfalto liso,cheio de marcas de borracha grossa,com uma calça porca ladeando suas beiradas. A praça vazia agora era só... uma praça vazia qualquer.Nós não evitávamos a troca de olhares.O balanço colorido,os bancos de cimento...Tudo obteve a sua velha utilidade costumeira de entreter os vizinhos. Ela só continuava vazia...
Os meus passos,muito mais leves,marcavam no chão a sombra de uma velha conhecida minha... O sol cansou a minha pele como sempre fazia,e eu não estava mais pensando em tudo.Estava pensando só no sol. E mesmo assim fazia frio... Mas um frio daqueles de sentir na pele,por fora,porque por dentro tudo ia bem. O sol estava indo dormir dentro de mim... E ia acordar cedo amanhã. Tenho certeza.
"Me despeço dessa história e concluo: a gente segue a direção que o nosso coração mandar, e foi pra lá, e foi pra lá..." (Tiê - Assinado Eu).
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