20.10.09

Aí eu (é claro) fui boba de falar a verdade quando não me pediam.Essa história toda é tão demais,tão fútil,inútil,tão.E ultimamente é tudo tão demais.É que me falta a paciência,que antes eu estava sobrando,mas nada é eterno.E meu cérebro (é claríssimo!) começou a mandar na minha boca,mas não sei quem mandou nele.Não sei quem manda nele.
Só que eu calei a boca tarde demais.Quem manda no meu cérebro deve ter me pregado uma peça e para disfarçar a risada,levou a minha própria mão até a minha boca,e meus olhos forjaram uma surpresa inexistente (é óbvio),e como são tão redondos e tão castanhos,foi uma tarefa fácil.Mas foi tudo tão... inesperado.Daí eu vi que era verdade aquela história de que ninguém manda no coração (mas talvez o cérbero mande),mas a tal da minha massa encefálica começou a criar vida própria e eu fui deixando,e olha só no que deu!
Está bem,está bem,daí eu saí e deixei todo mundo falando sozinho.Aliás,falando uns com os outros,porque ninguém fala sozinho.De vez em quando falo comigo,mas em silêncio,porque meus pensamentos são (claramente) meus,e eu prefiro guardá-los em segurança.Pode ser que alguém os queira,ou pode ser que os joguem no lixo,e para mim eles são tão preciosos!
Pra variar eu saí feito uma doida,sabendo muito bem pra onde eu ia,mas deixando aquele ar de andarilha,aquela impressão independente.Eu estava com uma mochila enorme nas costas,ouvindo música na maior altura dentro do ônibus.Desci umas duas paradas antes da minha,e fui andando pra casa com cara de simpática.E todo mundo me olhava estranho.Só que dessa vez eu consegui guardar as minhas palavras,aquelas que o meu cérebro tão abusado insistia em deixar escapar sobre a minha vontade. [...]

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